11/11/2009

O segundo pesadelo

Indo para o supermercado com mais uns quinze desconhecidos atrás de mim. Tô de meias, o chão está molhado da chuva. Vejo pessoas correndo na direção contrária à minha, com extintores e mangueiras de água na mão. Quando me viro, vejo que é a minha casa que pega fogo.

Minha mãe está na porta e está diferente. Está com metade da minha altura, cabelos muito longos e presos, o rosto brilhando de tanto suor. Se algo pode me assustar nesse momento, nem é minha casa em chamas, mas sim minha mãe rindo desesperadamente enquanto tudo o que a gente tem está sendo consumido pelo fogo.

Comecei a correr em direção à minha casa, sempre com aquelas pessoas desconhecidas atrás de mim, coisa que me incomodava muito. Peguei a mangueira do jardim, entrei no meio do fogo e apaguei tudo sozinha. Só então é possível ver o cenário de destruição, tudo preto, em cinzas, com curiosa exceção dos meus pertences.

Agora minha mãe (que nem é minha mãe) chora.

-Calma mãe, eu sei que já é a segunda vez que passamos por isso, mas não vai acontecer novamente.

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