10/01/2010

Só o loiro salva

Essas manicures só podem mesmo estar de graça com a minha cara. Arrancam metade do meu dedo no alicate e ainda olham pra mim rindo, com aquela cara de "A senhora perdoa, né?".
A minha vontade é de pegar aquele alicate e usá-lo pra picotar os mamilos dessas idiotas. Não perdoo não, retardadas. Doentes. Canibais do caralho.

Pior que isso só mesmo aquelas vendedoras de roupa chatas. Puuuts, eu saio de casa super disposta a gastar, comprar um monte de roupas e as vagabundas conseguem me tirar esse prazer. Já chego dizendo:
-Não gosto de cor de rosa, não gosto de lã, não quero calça larga.
E elas me mostram justamente o que eu não quero.

Divertido mesmo é ir no supermercado e encontrar uma pilha de pão vencido... Na prateleira!
Pego um pacote, vou até o gerente, digo que estão todos vencidos.
Bem ali, naquele corredor, digo apontando com o dedo, irritada.
-Obrigado por avisar senhora.
O filho da puta pega o pacote de pãoe já vai me dando as costas.
Eeeeeeeei, e se eu comesse pão vencido? É assim que tratam seus clientes agora? Que vontade de socar esse cara.

Esses dias, comprando uma filmadora, tive de esperar duas horas (sim, eu disse DUAS HORAS), pra conseguir pagar. Não era fila não, é que os incompetentes da Fujioka estavam fazendo o meu cartão. Porra, duas horas pra fazer um cartão? Me sentei em uma cadeira qualquer e logo vi que tinha um loiro bonitão na minha frente.
-Isso aí que tá tocando é Scorpions?- puxei assunto.
-É sim. Gosta de Scorpions, moça? - respondeu aquela gracinha de menino, mostrando que tinha os olhos verdes quando os levantou para mim.
Esperei, paguei, fui embora puta da vida. Só o loiro salva.

E se perguntarem, pode dizer que sou capricorniana sim.

06/01/2010

Madah, para os mais íntimos

Cabelo escuro, encaracolado, caindo sobre o ombro. A alça do sutiã aparece, fina, cor de rosa que quer ser vermelha. Os seios, muito brancos, deixam aparecer veinhas azuladas que são discretas e tímidas. As unhas estão pintadas de um vermelho escuro, tão clichê quanto bonito, reluzente com duas camadas de esmalte.
Ela passa o corpete por trás das costas, e o segura com as pontas dos dedos para abotoar em frente os seios: está se vestindo. O tecido firme faz com que suas formas sejam realçadas e, de um outro ponto de vista, aprisionadas, remoldadas.
Não usa batom nos lábios, e, mesmo se usasse, não seria motivo pra impedir a quantidade de palavras torpes que de sua boca são lançadas. É que Maria Madalena (Madah, para os mais íntimos) não faz questão de ser fina.
Há quem diga que Maria precisa de uns bons tapas. Já teve vários homens, transou em todas as posições possiveis e em todos os estados de espírito existentes. Ela quase transpira sexo.
Se olha no espelho, ensaia seu melhor sorriso. Admira seu corpo refletido naquele pedaço medíocre de vidro e tem certeza de algo, um pensamento que há muito vaga a sua mente.
Ela quer alguém, mas não um alguém qualquer. Maria Madalena procura por alguém capaz de lhe roubar flores e de sobre a cama, além de a chamar de seus vários nomes e pseudônimos, dizer que a ama. Afinal de contas, Maria-prostituta também tem seus sentimentos.