31/10/2011

madah, gente, eu tinha esquecido dela. que bom que passei por aqui!
agora eu entendo o verdadeiro sentido do cheiro do ralo.
vaiiiiiiii logiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiin
caralho, eu tinha esquecido a senha, esqueci como se escrevia aqui, esqueci onde começava uma nova postagem
meu deus, meus dedos não acompanham o meu pensamento, tudo o que tenho é um turbilhão de pensamentos
eu to sozinha em casa de novo, do jeito que sempre estive, esse jeito tão gostoso, ouvindo minhas músicas, bebendo suco vagabundo de pozinho, tudo bagunçado, entregue à lembranças
eu nem consigo pontuar isso aqui, eu quero chorar, chorar muito
como tudo passou e eu não percebi? tá tudo indo rápido demais
eu não quero que acabe nunca, nunca mesmo.
eu quero respirar fundo e quero que meu folego dure pra sempre, quero que caiba todo o ar do mundo nos meus pulmões
gente, que vida engraçada essa minha. eu tenho as mesmas músicas de SEIS ANOS atrás no meu pc, nada mudou.
mudou de nome, de cara, de idade, mas é a mesma coisa
a mesma janela, a mesma vista, tudo
agora eu tenho cabelo e umas tatuagens a mais, mas pqp como pude não perceber que eu sou a mesma?
preciso me reecontrar, preciso sair com as minhas amigas, eu não posso ficar assim
ai, puta que me pariu, que isso
porque eu sempre tenho essa necessidade de voltar pra lake charles e try to get you? parece que todo mundo abstrai, só eu que fico nessa de apenas reciclar emoções, ocasiões
me conta, com você as coisas são novas?

23/07/2011

Quem começou me dando o primeiro beijo da minha vida me traiu.
Quem começou me colocando pra dormir e passando a chave por debaixo da porta quando ia embora, me traiu.
Quem começou me olhando de longe numa festa à fantasia me traiu.
No fim das contas, quem não me traiu foi quem começou me devendo. Me devendo cinco centavos.

22/07/2011

Outros "vários outros"

Dead Meadow.
Olhei várias vezes nos olhos de vários outros enquanto escutava a mesma música. Percorri com os dedos a pele dos outros, tentando estar realmente com os outros. Abaixei a cabeça no peito de outros, respirei fundo várias vezes.
Esse sentimento tem me dado uma boa trégua, mas de vez em quando parece que assopra no meu olho, só pra me fazer chorar, como se dissesse: "Eu ainda estou aqui, não vou deixar que finja que nunca existi".
A cabeça encostada, os olhos nos olhos, a boca na boca e o pensamento a alguns quilômetros de distância ou ha alguns anos atrás.

13/07/2011

Herói etílico.
Não fui eu quem disse, mas to começando a achar que sim.

06/07/2011

Páscoa

Dentro do ônibus.
Do lado de um negão.
Entra o velho fedorento que fez todo mundo se torcer o nariz.
Ele conversa cuspindo, fazendo barulho de peido com a boca.
Eu abaixo a cabeça pra não ter que encarar aquele rosto desprezível. Puta que me pariu, que velho fedido.
O desgraçado começa a contar uma história sobre sua mulher que está internado do hospital do câncer e que ele precisa de dinheiro pra comer, pra voltar pra casa, pra comprar arroz, cigarro, bebida, crack, sei lá.
Um detalhe importante é que ele não olha pras pessoas, olha pro chão. Ou melhor, olha pro nada. Só a cabeça é que está virada em direção ao chão, mas seu olhar é vazio. Talvez estivesse bêbado.
Começo a respirar pela boca, o velho fede demais e o povo tem nojo de encostar nele. As pessoas dão a volta para sair pelo outro lado do ônibus.
Eu subo o som, o fone de ouvido no máximo faz parecer que a cena é coisa de filme. Uma música triste e o velho falando, gesticulando, cuspindo e coçando o saco. Eu me divirto.
Me levanto, me desvio com dificuldade e saio do onibus.
Venho o caminho pra casa pensando em como escrever esse texto, com a sandália acabando com o meu pé.

18/01/2011

Estava no consultório, esperando a safada da médica que atrasou três horas e meia. Gastei meu último tostão para chegar à tempo, chorei pro taxista me deixar o mais próximo possível do hospital e quando percebi que a médica não iria, desisti.

Antes de resolver voltar pra casa, tive tempo de sobra de reviver todas as minhas frustrações e quase morrer de raiva de todas as idiotices que já fiz na vida. E foi aí que reforcei a idéia de escrever um texto sobre as maiores burradas que eu, Maria Madalena, já cometi.

Acontece que o que prevalecia na minha cabeça não era coisa alguma sobre arrependimento, e sim um monte de caralhos grandes, grossos e com veias saltadas, todos provenientes da cabeça de Bukowski, que está me fazendo uma lavagem cerebral. Tá, nem tanto. O Rubem Fonseca é bem melhor que ele, só por causa daquele conto onde se veste de bombeiro para estuprar uma ingênua mocinha que atende a porta de toalha.

(Queria muito estar com dor de cotovelo, pra esse texto fluir bastante. Eu gosto quando o texto flui. Gosto quando o texto flui, quando a pica entra, quando o tapa soa alto, quando encontro meus incensos e quando o Mingau, meu gato, deixa que eu faça carinho em seu pêlo.)

Enfim, nessa vida, tudo é caralho. Eu, que já não tenho vida sexual há um mês, to sentindo falta das estocadas que o último me dava. Eu nunca vi ninguém foder daquele jeito, com aquela vontade. Eu tenho certeza que ele quase morria de dor de viado, mas continuava mesmo assim. E quando gozava, ficava com os olhos perdidos no teto, urrava feito um louco e metia fundo, segurando o pau lá dentro, fazendo meu corpo sair do colchão, do tanto que me empurrava pra cima.

Hoje eu vou me afogar no sorvete e no vinho barato. Quero dormir e esquecer que to jogando a vida fora.

05/01/2011

Eu não consigo desenhar, eu não consigo escrever. Ano passado eu não fiz nada, só um desenho e alguns poucos textos.
Esqueci as senhas dos meus pseudonimos, esqueci onde guardei meus lápis.
Eu simplesmente não sei mais quem é Madah, não sei pra que tenho tanto papel em casa, não sei como usar tinta, não to com vontade de nada.
Vai ser um perigo morar no décimo segundo andar.