30/08/2010

Mofei

Sabe quando a gente bebe refrigerante Tai na boca da garrafa e ouve Radiohead ao mesmo tempo?
Leo diz: Olha, vou quebrar as surpresas pra você. Você é artista. Seu trabalho não vale nada. Você nunca vai ganhar dinheiro o suficiente, vai ser humilhada e pisoteada por pessoas que não valem o que comem. Caras que fazem contas e outras coisas que podem ser ensinadas para um macaco vão fazer muito dinheiro e jogar isso na sua cara. Mesmo que você se conforme com tudo isso e resolva melhorar o mundo sem ganhar nada, não vai conseguir. Não vai melhorar. Não vai mudar nada. As pessoas não querem a sua ajuda. Não aqui, nesse tempo, nesse sistema, nessa sociedade. Aqui é tudo dinheiro. Se você converter seu trabalho em dinheiro no bolso so chefe, maravilha. Caso contrário,rua. E azar. Todo trabalho artístico hoje é indireto, não gera, por si só, dinheiro, portanto é dispensável.
Desprezível.
Inútil.
Mais vale quem consegue tapear, extorquir, coagir, expremer um centavinho a mais de economia ou um centavinho a mais de lucro.
make the world go away
get it off my shoulder
say the things we used to say
and make the world, make it go away
do you remember when you loved me
before the world, make it go away
make the world go away
get it off my shoulder
say the things we used to say
and make the world, make it go away
now I'm sorry if I hurt you
let me make it up to you day by day
and if you will please forgive me
and make the world, make it go away
make the world go away
get it off my shoulder
say the things we used to say
and make the world, make it go away


*dois textos por dia.

Ai, ai que vida ruim.

Eu tenho certeza que a minha cabeça está aumentando de tamanho. A dor martela e pulsa lá dentro e aí então a minha cabeça vem aumentando, como um balão recebendo sopros de ar (leia a próxima palavra bem devagar) cons-tan-te-men-te.

Tem alguma coisa de errada com o meu coração. Ele bombeia forte demais, minhas veias estão aparecendo sob a pele, as pontas dos meus dedos estão quentes de sangue; sangue que não desce até os pés, pois meus calcanhares estão dormentes. Meus pés vão criar necrose, eu tenho certeza que vão, e vão ter que amputar minhas pernas até na altura do joelho, pra desgraça ser maior.

Meu estômago dói, ai que vida ruim. Eu não cago e nem peido, ai que vida miserável.
Minha casa é um depósito de remédios, achei que fosse morrer com o maldito Amato um dia desses.
Os compostos químicos me amam, e aí dão um jeito de se infiltrar na escola e no meu quarto, instalam doenças em mim para que eu os tome depois.

Xarope, comprimido, injeção, pomada, cápsulas. Ai, que vida maldita.

Eu não posso andar descalço, eu não posso tomar sol, nem comer frituras, nem beber, nem fumar minha maconha. Ai, ai. Ai que vida ruim.

Vem aqui paranóia, mazela, hipocondria. Me deêm um abraço, deitem comigo na minha cama, riam da minha cara e me chamem de doida. Ai, que vida bizarra.

16/08/2010

Nonagésimo

Noite das fases mal dormidas.
Acho que estou pagando por tornar tudo do branco ao negro em questão de segundos e com uma frequencia bem acima do que se é considerado saudável.
Alguém faz o favô de pingá umas gota de sereno aqui?