13/06/2012

Re-leitura

Estava acendendo um Hollywood vermelho quando levanto os olhos e o vejo na minha frente. Alto, magro, largo, branco e com um sorriso misterioso. Levei um susto, o cigarro caiu da minha boca e queimou a minha perna. Caralho, achei que estivesse sozinha em casa. Devo estar maluca, pensei.

De noite sonhei que ele me beijava, descia as mãos brancas pelos meus seios e me penetrava com os dedos de unhas grandes, de um jeito bruto, mas gostoso. Os dedos saíram banhados em sangue e eu acordei assustada.

O padre ouvia tudo com atenção, balançando a cabeça vagarosamente, concordando com um resmungo a cada frase minha. Me mandou rezar algumas Ave-Marias e pediu que eu não mexesse com o Diabo, ele estava na minha casa porque eu amava a luxúria, a morte e todas as coisas ruins descritas na Bíblia e que podiam ser vistas refletidas nos meus olhos.

Fui pra casa emputecida, não rezei nada. A noite chegou quente e eu rolava na cama de um lado para o outro. Foi aí que o vi do lado da minha cama, de pé, com meu gato nos braços. Ele diz que me ama, que gosta do meu perfurme, que é meu Incubus. Eu ouço tudo sem conseguir me mexer, o medo paraliza a minha carne.

A cama está quente, meio dura.
Dado o diagnóstico, eu ri e depois chorei. Foi quase poético.


Eu ia escrever, mas vou jogar MU.