18/01/2011

Estava no consultório, esperando a safada da médica que atrasou três horas e meia. Gastei meu último tostão para chegar à tempo, chorei pro taxista me deixar o mais próximo possível do hospital e quando percebi que a médica não iria, desisti.

Antes de resolver voltar pra casa, tive tempo de sobra de reviver todas as minhas frustrações e quase morrer de raiva de todas as idiotices que já fiz na vida. E foi aí que reforcei a idéia de escrever um texto sobre as maiores burradas que eu, Maria Madalena, já cometi.

Acontece que o que prevalecia na minha cabeça não era coisa alguma sobre arrependimento, e sim um monte de caralhos grandes, grossos e com veias saltadas, todos provenientes da cabeça de Bukowski, que está me fazendo uma lavagem cerebral. Tá, nem tanto. O Rubem Fonseca é bem melhor que ele, só por causa daquele conto onde se veste de bombeiro para estuprar uma ingênua mocinha que atende a porta de toalha.

(Queria muito estar com dor de cotovelo, pra esse texto fluir bastante. Eu gosto quando o texto flui. Gosto quando o texto flui, quando a pica entra, quando o tapa soa alto, quando encontro meus incensos e quando o Mingau, meu gato, deixa que eu faça carinho em seu pêlo.)

Enfim, nessa vida, tudo é caralho. Eu, que já não tenho vida sexual há um mês, to sentindo falta das estocadas que o último me dava. Eu nunca vi ninguém foder daquele jeito, com aquela vontade. Eu tenho certeza que ele quase morria de dor de viado, mas continuava mesmo assim. E quando gozava, ficava com os olhos perdidos no teto, urrava feito um louco e metia fundo, segurando o pau lá dentro, fazendo meu corpo sair do colchão, do tanto que me empurrava pra cima.

Hoje eu vou me afogar no sorvete e no vinho barato. Quero dormir e esquecer que to jogando a vida fora.

05/01/2011

Eu não consigo desenhar, eu não consigo escrever. Ano passado eu não fiz nada, só um desenho e alguns poucos textos.
Esqueci as senhas dos meus pseudonimos, esqueci onde guardei meus lápis.
Eu simplesmente não sei mais quem é Madah, não sei pra que tenho tanto papel em casa, não sei como usar tinta, não to com vontade de nada.
Vai ser um perigo morar no décimo segundo andar.