30/11/2009

Prazer, meu nome é Desânimo.

Ontem, em meio a um show, eu chorei. Chorei e ri, gargalhei mesmo. É que um homem tocava pandeiro e na minha cabeça um sorriso se abria e repetia sem perder o fôlego que "Madalena, Madalena, você é meu bem querer e eu vou falar pra todo, eu vou falar pra todo mundo que eu só quero é você".

Eu estava fora do ritmo, continuo até agora. As horas não condizem com o que eu acho que deveria ser. O tempo passa rápido demais, o tempo passa lento demais.

22/11/2009

Taberna do Ogro

To adorando tudo isso.

Ontem foi um dia divertido, diferentes dos meus últimos dias. Saí com dois amigos e uma pessoa que começa a fazer com que eu me sinta diferente.
Sentados no banco, eu e ele, chega o vendedor de flores de veludo.

-Compra, entrega pra ela e se declara.

Em meio a risos e um pouco de vergonha, ele comprou e disse uma coisa bonitinha pra mim.

Na volta pra casa, meio embriagado (e eu também) veio deitado no meu ombro, quase dormindo, parecendo um menino ou alguém que eu já conhecia há muito tempo.

Só, mais nada.

16/11/2009

To mais calma, mas vou dormir com cara inchada de tanto chorar.
Minha mãe não pagou minha conta de energia, eu não tenho um emprego, eu vou mal na escola, eu estou enlouquecendo de saudades.

14/11/2009

Minha entediante sucessão de sonhos

Estava dormindo na rede, com o meu edredon (termina com n ou com m?) que é sempre menos quente que todas as outras cobertas. E é só por isso que eu gosto dele.

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Um maluco jogava meus desenhos no rio e eu nadava como uma louca desesperada pra alcançá-los de volta.

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Um monte de gente que eu não conheço bebendo cerveja na minha casa.

11/11/2009

O segundo pesadelo

Indo para o supermercado com mais uns quinze desconhecidos atrás de mim. Tô de meias, o chão está molhado da chuva. Vejo pessoas correndo na direção contrária à minha, com extintores e mangueiras de água na mão. Quando me viro, vejo que é a minha casa que pega fogo.

Minha mãe está na porta e está diferente. Está com metade da minha altura, cabelos muito longos e presos, o rosto brilhando de tanto suor. Se algo pode me assustar nesse momento, nem é minha casa em chamas, mas sim minha mãe rindo desesperadamente enquanto tudo o que a gente tem está sendo consumido pelo fogo.

Comecei a correr em direção à minha casa, sempre com aquelas pessoas desconhecidas atrás de mim, coisa que me incomodava muito. Peguei a mangueira do jardim, entrei no meio do fogo e apaguei tudo sozinha. Só então é possível ver o cenário de destruição, tudo preto, em cinzas, com curiosa exceção dos meus pertences.

Agora minha mãe (que nem é minha mãe) chora.

-Calma mãe, eu sei que já é a segunda vez que passamos por isso, mas não vai acontecer novamente.

08/11/2009

O sonho de hoje.

Antes que a tinta da caneta que usei pra escrever na mão saia e eu me esqueça de escrever sobre isso.

Eu estava andando com o meu verdadeiro pai na rua de trás do meu prédio. O cenário era totalmente diferente desse daqui do centro, o chão era de terra, lambuzado de lama e estava escuro. Eu via pessoas passando do meu lado, conversando baixo e me metiam medo. Meu pai era estranho, magro demais, meio baixo, andava se arrastando e estava fumando um cigarro.
Escutei um barulho alto, me dei conta que era um tiroteio e saí correndo pela rua que era única. Me deparo com outro tiroteio logo mais à frente e percebo que estou no meio de um confronto. Sem ter pra onde correr, minha única saída foi arrombar uma porta de madeira, de uma casa velha. Entrei correndo e nem me lembrei do tal pai. Ele que ficasse para trás. A casa cheirava a mofo, lodo, coisa azeda do caralho. Nem tinha gente lá dentro, aproveitei pra me esconder no quarto.
Abaixada entre a cama e o guarda roupa, no escuro e sem ver porra nenhuma, a luz se acende. Um homem da cara sem cara aponta uma arma pra mim. Quatorze tiros na barriga, que depois eu tirei como se tiram espinhas.

07/11/2009

Eu nunca tinha vindo pra Goiânia à noite. No meio do caminho, a maior quantidade de vagalumes que já vi na vida, o céu em tons de rosa por causa do frio e a cidade brilhando bem longe.

05/11/2009

Lying

Às vezes (só às vezes), e de leve (bem de leve), sinto saudades da cobertinha azul.

04/11/2009

omfg.

Hermit crabs and cowry shells Crush beneath his feet as he comes towards you He's waving at you Lift him up to see what you can see He begins his focusing He's aiming at you And now he has cutaways from memories And close-ups of anything that He has seen or even dreamed And now he's finished focusing He's imagining lightning Striking sea sickness Away from here Look who's laughing now that you've wasted How many years and you've barely even tasted Anything remotely close to Everything you've boasted about Look who's crying now Driftwood floats, after years of erosion Incoming tide touches roots to expose them, Quicksand steals my shoe, Clouds bring the f-stop blues Look who's laughing now that you've wasted How many years and you've barely even tasted Anything remotely close to Everything you've boasted about Look who's crying now.

01/11/2009

Em sequencia

Eu quero muito chorar. Quero chorar pelas coisas que perdi, pelas oportunidades que não tive, pelas ocasiões que nunca vou viver.
Quero chorar pra alcançar os meus sonhos, pra esquecer tudo o que já foi, pra relembrar o que já estou esquecendo.
Se não der pra chorar, quero só dormir. Dormir por um ano ou mais, deixar que as coisas se resolvam por si só e mais nada.
Quero chorar de saudade, saudade de roubar café dos professores com o Sonim, saudade de jogar Bomberman com a Marcela, de andar de bicicleta com o Ricardo e de rir junto com a Renata.

Tomara que eu desenferruje (é com g ou j?). Quero voltar a ser eu, preciso colocar tudo isso pra fora, seja nesse blog inútil ou nas folhas A3, com caneta mesmo.

Sei lá.

Acho que fazendo arte, tudo se resolve. É ver a tinta secar no papel que me faz ficar calma, que me faz ter vontade de trabalhar, de me sentir realizada.
É só não interromper, eu quero escrever algo mas não consigo. Já foram sete textos que comecei e travei na segunda frase, isso precisa fluir.
Eu quero dizer que a minha vida tá tensa, tentebrosa, tentadora, toda fodida.
Listei tudo o que aconteceu de ruim nesses meses pra um amigo e o que mais me machuca é a idéia de não saber quem é meu pai.
Eu quero um cigarro, eu quero parar de fumar.

Eu costumo ter o homem que quero, costumo ir onde quero, costumo comprar o que quero. Nunca tive muito limite, meu professor de biologia disse. Deve ser por isso que agora estou me sentindo enlouquecida.
Não quero nem re-ler tudo o que escrevi. (Viram só?, estou me adequando às novas regras gramaticais.)

Preciso de fazer um desenho que nunca fiz, de ler um livro que nunca li, de ficar efusiva com um filme novo e de transar como nunca transei. Qual o nome pra isso tudo? Sei lá.