30/08/2009

Acho que estou apenas dando um tempo.

Ouvir músicas podres está me fazendo bem e eu quero me sentir livre pra tudo.

25/08/2009

Só rindo

E ainda me chama de descontrolada.

Só faltou mesmo o forno microondas

Olha só que música mais marrom! Não digo isso no sentido ruim. Não é uma música sem graça (apesar do tons de sépia).

Hoje acordei com vontade de nada. Cismei que veriam as cinzas dos meus cigarros pela metade e não consegui mais dormir. Li praticamente o dia todo e peço que não me falem mais sobre Leonardo ou pataca, estou de saco cheio. Não, também não fale do Manifesto Comunista, não me interessa muito saber quem foi Karl Marx.

Arrumar toda a casa foi penoso. Acredite se quiser, eu morei na sala de visitas por três dias. Isso se deu aos poucos, começou com um filme e o colchão no chão, depois cobertores, travesseiros, garrafas de água, de refrigerante, pratos de comida, gato de dormir, cinzeiro, chinelos, livros, controle da TV, celular, incenso e quando dei por mim, a casa toda não estava mais em seus devidos cômodos. Cozinha vazia, quarto vazio. Tudo na sala. Só faltou mesmo trazer a geladeira e o forno microondas.

Há três dias não vejo o sol, o tempo está nublado, levemente frio e chuvoso. Daí a preguiça. Daí o sono. Daí a fome. Daí a falta de dinheiro.

Então, tchau.

Até um violão eu tenho!

Eu queria ter um violão.
Se eu tivesse um violão e cinco reais, iria agora, pra porta da sua casa.
Se eu tivesse um violão, cinco reais e mais um pouco de coragem, estaria indo agora.

Well, since my baby left me,
I found a new place to dwell.
It's down at the end of lonely streetat Heartbreak Hotel.

You make me so lonely baby,
I get so lonely,
I get so lonely I could die.

Olha pra mim, estou na rua esburacada, tem poeira no chão e estou de costas pra casa que tem um monte de plantas na porta. Eu canto alto e me mecho como Elvis fazia. Até um violão eu tenho!
Se você parar de me olhar pela janela do seu quarto, essa janela suja e cheia de teias de aranha e resolver sair aqui na porta, te provo que tudo está como antes. Olha pra cima, vai ver a praça velha de árvores grandes e bancos encardidos. Olha pra baixo, vai ver a estrada de terra e a ponte reformada.
Pode se beliscar, não é um sonho.

23/08/2009

Chuva?

O tempo aqui fechou rápido. Já está tudo escuro e fiquei com medo da energia acabar.
Ainda são seis e meia, é nessa hora que o pôr-do-sol-mais-bonito-da-cidade deveria acontecer, ali, da janela do meu quarto.
Meu colchão está no chão da sala, tem um monte de cobertores e travesseiros. Me deitei lá agora a pouco e me senti tão confortável, que só faltou você chegar de surpresa.
Sabe, já vai começar a chover, talvez nem tenha festival de bonecos na praça Cívica. O que é uma pena, porque ver todas aquelas crianças deslumbradas com marionetes gigantes realmente foi muito aconchegante.
A energia do quarteirão da frente acabou. Daqui a pouco eu não estarei mais aqui. Vou estar ali no colchão, abraçada com o gato e ligando pra minha mãe.

20/08/2009

Realidade

Ah, se soubesse que eu catei as bitucas de cigarro só pra você não ficar chateado quando as visse, que limpei o cinzeiro, que tirei a poeira dos móveis e botei o lixo pra fora. Borrifei bom ar pela casa, pra não sentir o cheiro de nicotina. Reguei o jardim, juntei todos os meus papéis. Lavei a louça, comprei coisas pra por na geladeira. Troquei as toalhas, os sabonetes, abri as janelas pra ventilar a casa. Varri o chão, encerei o piso, limpei os vidros. Apanhei as roupas do varal, lavei as que estavam sujas, guardei as que estavam jogadas. Alinhei os sapatos, escondi meus remedios, escondi meu isqueiro. Limpei o fogão, passei um pano na mesa. Troquei o sofá de lugar, arrumei umas almofadas. Mudei de lençol, de travesseiro. Dediquei algumas horas a um desenho. Nele, todo o meu carinho.
Se você soubesse, você viria.

19/08/2009

Enquanto você grita, eu rio.

Primeiro com o bisturi. Isso, eu vou cortando aos poucos, bem devagar, vendo o sangue verter. Enquanto você grita, eu rio, rio muito.
Você tenta se esquivar, mas te amarrei bem demais pra conseguir fugir, quero cortar por entre os seus dedos. Um, dois, três, quatro, oito cortes. Vê como os seus dedos estão maiores agora, vê como a sua mão se abre bem. Vem cá, deixa eu puxar os seus dedos pra você ver, tá vendo como eles se afastam de uma forma bonita? Eu sei que você tem medo do sangue, mas olha, isso não é nem o começo.
As coisas seriam mais fáceis se você ficasse em silêncio. Prefere que eu te cale com cola ou com o grampeador? Isso meu bem, chega de batom vermelho, fecha a boquinha assim, fecha. Acho que vou primeiro grampear, depois eu finalizo com cola. Faz biquinho agora, como você fazia antes, faz. Isso, não precisa ter medo, nem vai doer. Viu? Um grampeadorzinho de nada, nem fez estrago algum. Já vou avisando que o cheiro da cola é forte, ela vai fazer os seus lábios arderem e os seus olhos lacrimejarem, mas calma, isso não é nem o começo.
Enquanto você grita, eu rio, rio muito.
Você está tremendo, deve ser o frio. Desculpa ter tirado a sua roupa, é que eu precisava ter certeza que não é isso tudo que diz ser.
Tá vendo esse martelo na minha mão? Não, não tenta gritar, isso vai rasgar o seu rostinho bonito. Shh...
Então, como eu ia dizendo, esse martelo aqui é pra quebrar os seus joelhos. Vai sentir uma forte pressão e um estalo, talvez até saia um pouco de sangue, mas vai ficar dormente e só vai sentir dor quando olhar pra baixo e ver as suas pernas tortas pra dentro, com os ossos apontando pra fora. Quer primeiro o direito ou o esquerdo? haha, se não disser, eu escolho sozinha.
Eu sempre quis fazer isso sabia? Sempre que assistia à filmes de terror e via o assassino arrastando o martelo no chão como estou fazendo agora eu me sentia extremamente tentada à ir atrás de você.
Está com medo? Se quiser eu ponho uma música, um filme, quem sabe. Só pra te acalmar.
Seus joelhos ficaram bonitos assim, não acha? Não? Se quiser eu posso bater com o martelo do lado de cá, pra ver se ele volta ao normal. haha, viu? Eu sabia que isso não daria certo!
Eu gosto de canivetes, eles sempre fazem um bom serviço. Não vai ficar ruborizada se eu pegar nesses seus peitos pequenos né? É só segurar na ponta e cortar fora, viu como é fácil?
Para de se mexer, ou eu vou ter que te bater na cara, sua piranha. Já disse, isso é só o começo.
Sabe que me arrependi de ter fechado esa sua boca? Pena eu não ter nada aqui pra tirar esses grampos, vai ter que ser na força mesmo. Ihh, tá rasgando. Ainda bem que você não vai mais precisar aparecer assim na frente de ninguém né?
Me deu uma vontade imensa de cagar e é isso que vou fazer. É por isso que to colocando luvas. Isso vai ser divertido. Come tudo agora, come tudo.
Juro que se não parar de vomitar no meu chão, faço você comer tudo de volta.
Ahhh, não vai chorar agora né? Deixa de ser mole, não vou dizer mais uma vez que eu posso ser bem pior do que já fui.
Espero que não tenha medo do escuro. Se sentir fome, come essa sujeira que você fez aí nas suas pernas, eu só volto amanhã.
Enquanto você grita, eu rio, rio muito.

01/08/2009

Não.

Bebi duas cervejas, comi uma porção de mandioca com molho rosé, pimenta e pouco sal. Gastei quatorze reais, pensei nos mesmos assuntos, me lembrei dos mesmos problemas. Coisas de sempre. Cheguei no meu prédio, vi uma loira feia se matando de olhar no espelho, entrei no elevador quase tendo uma convulsão de tanto rir. Peguei um yakult, sentei no sofá e não gostei do mau-humorado programa de humor que passava na televisão. Vim para o computador, vi o status e cheguei à conclusão de que (ele) ainda não estava na frente da TV, vendo o maldito filme.
Engasguei com o yakult, coloquei "Stand by me", dei boa noite pra minha mãe e acabei de desligar a TV. Acho que agora é a hora.