06/07/2009

Vômito de palavras

BB King gritava no celular e já eram seis da manhã. Nem sei dizer direito o porque de estar acordada uma hora dessas. Fui ver o único comentário do blog com as pernas bambas, poderia tanto ser ele...

Talvez toda essa vontade que as pessoas têm de ser diferentes é que as tornam iguais. Tão iguais, tão banais, tão naturais que depois de passado o efeito da bebida, elas simplesmente perdem a graça.
Depois de uma semana, fumei. Carlton. Fiquei bamba.
Depois de um baita porre, bebi. Vinho, vodka, cerveja, mijo-de-gato.

BB King está cantando uma música que eu gosto. Eu quase posso sentir o cheiro do lugar, me parece um ambiente impregnado de fumaça, os copos fazem barulho. Tim, tim. Tem luz vermelha, talvez seja um cabaré. Isso inspira a romance, beijo na boca, mão na bunda, tapa na cara e um tiro na cabeça.

When I first met you, baby
Baby, you were just sweet sixteen
When I first met you, baby
Baby, you were just sweet sixteen
You just left your home then, woman
Ah, the sweetest thing I'd ever seen

De mim pra mim mesma. Era assim que eu mandava imprimir nos cartões dos livros que comprava pela internet. Amarelo, azul, verde, branco. De mim pra mim mesma, assinado-Alessandra.

Não consegui ver todos os amigos, uns casaram, outros morreram, uns mudaram, outros simplesmente sumiram.
Ai se sêsse, como diria o poeta Zé da Luz.
Ontem mesmo, vi um filme onde a mulher com cara de Rosa, dizia que se todo mundo soubesse uma só poesia, uma mísera e curta poesia, o mundo seria bem melhor. Coisa de sonhador, como Cazuza, que só quando mais velho e doente, descobriu que queria mesmo ficar em cima do muro.

Agora sim, Heartbreak Hotel. Isso sim é o que me marca. Aquele sofá branco, os copos de cerveja, as balas de chocolate, a música. Eu sinto a temperatura daqueles dias, eu me lembro dos banhos de chuva.

Eu comecei com BB King, terminei com Elvis.
As coisas tomaram outro rumo e isso pela segunda vez, também é uma metáfora.

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