17/05/2009

Por orgulho ou por medo.

Eu não esperava por ninguém naquele dia. Já não fazia diferença se ele estava por perto ou não, eu havia aprendido a me enganar. Maldita fossa! A campanhia toca. Abro a porta e mal posso acreditar, isso é um baita de um pesadelo. Me abraçou, estava com o perfume de sempre. Senti as costas largas, ele estava mudado, crescido, irreconhecível. Entrou na minha casa e isso também é uma metáfora. Jogou as coisas no sofá com o jeito de homem-da-minha-vida, pediu um livro. Eu encontro meus livros da minha cadeira, demoro meio segundo para isso, mas levei longos quatro minutos para achar o maldito Cidadão de papel. O que ele está fazendo aqui?
Senta, eu disse. Está tarde, tenho que ir. É que vou dormir em uma amiga, explicou, em voz meio baixa. Dei o ultimo abraço, que ele não correspondeu, por orgulho ou por medo, e o mandei embora, você não vai deixar a garota esperando, não é mesmo? A porta do elevador fechou mais lentamente que o normal, o botão térreo foi acionado, e, por orgulho ou por medo, eu não me abalei.

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