30/08/2010

Ai, ai que vida ruim.

Eu tenho certeza que a minha cabeça está aumentando de tamanho. A dor martela e pulsa lá dentro e aí então a minha cabeça vem aumentando, como um balão recebendo sopros de ar (leia a próxima palavra bem devagar) cons-tan-te-men-te.

Tem alguma coisa de errada com o meu coração. Ele bombeia forte demais, minhas veias estão aparecendo sob a pele, as pontas dos meus dedos estão quentes de sangue; sangue que não desce até os pés, pois meus calcanhares estão dormentes. Meus pés vão criar necrose, eu tenho certeza que vão, e vão ter que amputar minhas pernas até na altura do joelho, pra desgraça ser maior.

Meu estômago dói, ai que vida ruim. Eu não cago e nem peido, ai que vida miserável.
Minha casa é um depósito de remédios, achei que fosse morrer com o maldito Amato um dia desses.
Os compostos químicos me amam, e aí dão um jeito de se infiltrar na escola e no meu quarto, instalam doenças em mim para que eu os tome depois.

Xarope, comprimido, injeção, pomada, cápsulas. Ai, que vida maldita.

Eu não posso andar descalço, eu não posso tomar sol, nem comer frituras, nem beber, nem fumar minha maconha. Ai, ai. Ai que vida ruim.

Vem aqui paranóia, mazela, hipocondria. Me deêm um abraço, deitem comigo na minha cama, riam da minha cara e me chamem de doida. Ai, que vida bizarra.

Um comentário:

José Abrão disse...

sabe quando você DO NADA têm CERTEZA que você tá com alguma coisa? Odeio essa merda, não consigo evitar, fico todo ansioso.